Na comemoração dos 500 anos da chegada dos europeus no Brasil (do descobrimento?!) a Revista Ave Maria abre espaço para se redescobrir a língua nativa aqui existente há muitos séculos e sufocada ao longo do tempo. Palavras brasileiras, carregadas de riqueza cultural, cujos significados nos ensinam a origem de muitos vocábulos, são ainda hoje utilizadas em nomes de pessoas, animais, cidades, objetos, rios, lugares, etc... Estas expressões deixam transparecer o respeito que os índios sempre tiveram pela integração homem/natureza e a importância disso para a comunidade. YMYRAPITÃ: ybyrá: árvore, madeira + pytã (pytanga): vermelha, cor de fogo ou brasa. Daí, brasil ou braseiro. Pau-brasil, nome dado pela cor da madeira, muito estimada, na época. Língua A gênese de um povo é a língua. Dela depende sua unidade, a expressão de seus conceitos, suas idéias. A comunicação. Por ela, o cidadão entende e se faz entender. Personaliza-se. Antes de 1500, a nação deste nosso continente que mais se comunicava em número de pessoas e em extensão territorial era a tupi-guarani. Só ela ocupava a larga faixa do litoral atlântico, desde o Maranhão ao Rio Grande do Sul, para falar apenas de nossas fronteiras. A língua nativa, oficializada pelo uso, até fins do século XVII, era a tupi. A fala importada do colonizador como a dos visitantes, tinha ficado reduzida aos documentos oficiais e aos livros administrativos civis e eclesiásticos. O idioma tupi, também conhecido por língua geral, composto e interligado por dialetos tribais diversos (tupiniquim, tupinambá, tupinaé, tabajara, etc.) formava um único linguajar autóctone, de norte a sul da colônia portuguesa. Era falado por todos, nas casas e nas ruas, nas escolas e nas igrejas. Usavam-no o índio como o branco, o mulato e o negro recém-chegado. Foi chamado por eminentes gramáticos da época, "a língua mais falada na costa do Brasil", e classificado por doutos lingüistas (Anchieta, Figueira, Montoya) como "fácil, suave, elegante e copiosa". Era a língua geral, a língua do Brasil. E ainda hoje o seria, não fora a intervenção da política prepotente, anti-religiosa e personalista do famigerado sr. Marquês de Pombal, a partir de 1759. No linguajar de nosso povo, restam, hoje, apenas algumas expressões e palavras como, "andar panema"(sem sorte), "estar na pindaíba", "chorar as pitangas", e paçoca, pipoca, arapuca, peteca e poucas mais. Mas, viva, continua a língua brasílica na riqueza dos topônimos, como nos nomes de animais, aves e pássaros, particularmente de inúmeras cidades, para orgulho de seus cidadãos. Por isso, como justa homenagem a seus queridos assinantes e leitores, a Revista Ave Maria, pelas comemorações dos 500 anos do descobrimento desta Terra de Vera Cruz, a YMYRAPYTÃ — árvore-brasil de todos nós, apresenta a etimologia e significado dos nomes tupis de algumas cidades onde provavel- mente residem, revivendo, assim, a língua-mãe, marco histórico de nossas origens. Observações a) Dos nomes locais de origem tupi, uns conservam a forma original, o que facilita sua interpretação, outros têm formação alterada na grafia, outros ainda, por formação inadequada e até fantasiosa, não correspondem à origem da língua e dificultam a interpretação, tornando-a quase impossível. Como era língua só falada, a grafia ficava por conta do ouvido de quem escrevia. b)
Os dados sócio-geográficos foram tirados do IBGE, ano 1996, e da Enciclopédia
Larousse Cultural, 1998. (Folha de S. Paulo). |
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Glossário Etimológico TUPI
GUARANI
Cidade Nome em Tupi Significado ACAJUTIBA, (BA) aka’yú’tyba aka: ponta, yú: amarela: caju, + tyba: muito, quantidade. Abundância de cajus, cajueiros. ACOPIARA, (CE) a’kupê’ara a-kupê: o lado de fora + ara - (substantivação). Copiara, copiar, copiá: o puxado do lado de trás ou de fora da casa, alpendre. ANDIRÁ: nome Tupi no morcego, o que o liga à área semântica da fauna. APIAÍ, (SP) a’piá’y apyába: homem + y: água, rio. Rio dos homens. Rio dos meninos. APORÁ, (BA) a’porã a: alto, elevado, monte + porã, poranga: bonito. Monte bonito ou alto bonito. ARACAJU (SE) ará’cayú ará: arara ou papagaio + acaju: caju, cajueiros das araras. ARAÇATUBA(SP) araçá’tyba araçá: a fruta + tyba (tuba): muito. Muitos araçás, araçazeiros em quantidade. ARAÇOIABA (SP) ara’çoyaba
ara:
sol, tempo + çoyaba: cobertura, anteparo. Nome dado ao chapéu e a morros
parecidos com chapéu. ARAPONGAS (PR)
uirá’ponga uirá:
pássaro, ave + pong’: soar, fazer ruído. Característica desse pássaro,
também chamado ferreiro, pelo tinido do seu canto. ARIRANHA (SP) Irara’rãna var.are’rã,
ari’rãna: semelhante à lontra (irára). Arinhanha, animalzinho
aquático bem menor que a lontra. Papamel. ATIBAIA (SP) a’tib’aia a: fruta+tyb’aia:
lugar de muita fruta. pomar, lugar saudável. A interpretação condiz com o
clima ambiental. BaturitÉ (CE) ybatr’etê ybytira:serra, morro + etê: serra por excelência, a grande serra. BAURU (SP) ymyrã’rema ybá:fruta+urú: cesto - cesto de frutas. BERTIOGA (SP) myri’ty’tama paraty: a tainha+oka: toca, morada. A morada das tainhas (peixe do mar). BIRIGÜI (SP) ybá-urú mbiru: mosca, mosquito, var. miry, miru.+ i(miri) pequeno. Mosquitinho, maruim. BOCAIUVA (MG) paraty’oka maca-úba:: nome de uma palmeira - coco macaúba. (bacaba:coco+yuba:amarelo): macaúba. BOITUVA (SP) mberu’i boya:cobra+tyba: quantidade, muitos.Local onde havia muitas cobras. BORÁ (SP) mak’ayba mel, resíduo amarelo, amargo, que se encontra nos alvéolos da colméia. Borá: o som emitido pelo soprar entre as mãos unidas em concha, usado pelos índios. BORBOREMA (SP) mboy’tyba sem habitante, lugar deserto. Também nome de uma serra da Paraíba, chapada de formação cristalina. Nome da cidade por alguma referência. BOTUCATU (SP) mborá ibytu: vento, ar, nuvem + catú: bom. Bom clima, bons ares. Sua correspondente: Buenos Aires, cap. da Argentina. BUERAREMA(BA) por’por’eyma birá, ybirá: árvore, madeira + rema: que tem mau cheiro, madeira fétida. Madeira usada em construção. BURITAMA (SP) ybytu’catu burity: palmeira + tama, rama: terra. Terra dos buritis, buritizeiros. CURITIBA: O
nome da capital paranaense é uma lexia formada pela justaposição dos
seguintes lexemas Tupi: kuri, ‘pinheiro’, + tyba, ‘muito, lugar onde há
muito’; donde: ‘sítio onde há muitos pinheiros, pinhal’; o que o
liga semanticamente à flora. GRUPIARA (MG) kuru’
piara curú:
cascalho + piára: o que faz ou forma os cascalhos: a jazida
(cascalhos entre as pedras). O garimpo, lavras. GUAÍRA (SP) kuá’y’rá guá:
enseada, o vale + y: rio, água + rá: o que impede. Onde não
se pode passar. As águas da queda da cachoeira. Hoje se pronuncia Guaíra(guayra).
Grafia correta é Guayrá. GUARÁ (SP) uyrá uirá: ave, pássaro. Nome da garça vermelha. a’u’ara o que devora. Nome do lobo ou cachorro do mato. GUARAÇAÍ (SP) ko’ara’cy ko’ara:
este dia + cy: mãe. Mãe deste dia ou mãe do dia. Nome que os índios
tupis davam ao Sol. GUARAPARi (ES) uirá’pari guará: a garça + pari: o cercado, o viveiro. Onde as garças buscam comida. Também nome de um arbusto conhecido, copiú. GUARAPUAVA (PR) uará’puaba guará: lobo, cachorro do mato + puaba: o rumor, o latido. O latido ou uivar dos guarás. GUARARAPES (SP) uarará’pe uarará: espécie de tambor + pe: no (local). Os tambores, semelhança do monte na região de PE, onde aconteceram as batalhas de Guararapes, contra os holandeses (1648-54). GUARATINGA (BA) uirá’ tinga guará: garça + tinga: branca. Garça branca. GUARATINGUETÁ (SP) uirá’tinga'etá guiratinga: a garça branca + etá, particula de plural. As garças brancas. As garças. GUARIBA(SP) ua'riua ua'ra: o indivíduo + aíua: feio. Gente ruim. Várias espécies de macacos. Popular, guariba: macaca. GUARUJÁ (SP) ua'r'u'yá uarú: o voraz, o comilão + yá: onde vivem. O viveiro, o hábitat dos guarus. Variedades de peixes fluviais. Uma espécie de sapo. Há os pequenos guarus dos rios e lagoas, conhecidos por barrigudinhos. Apelido dado a uma tribo de índios. Guarujá, cidade e praia turística na ilha de Santo Amaro. GUARULHOS (SP) ua'r'ú O comilão (um peixinho) chamado barrigudo. Guaru apelido de uma tribo que ocupava os arredores de Piratininga, hoje a cidade de Guarulhos, vocábulo aportuguesado. GUAXUPÉ (MG) Kua'exu'pe guá: toca,
buraco + exu: abelha + pe: em (local). Abelha que faz o exu no
buraco, na terra. Guaxupé: espécie de abelhas ou exu de abelhas. GUIRICEMA (MG) ui'ri'cema uirí: espécie de peixe (xaréu) bagre + cema: a saída, a mudança. São peixes migratórios. A saída do bagre para a desova. Piracema. GURINHATÁ (MG) uirá'nhe'tã Guirá: pássaro + ñhe-tã: de canto forte. Nome dado ao gaturamo. Var. guariantã, guriantã, guarantã. GURUPI (TO) kuru'p'y curu: cascalho, pedregulho + pe: local + y: rio. Rio do cascalho, das jazidas de cascalho, mineração. Bela cidade do Tocantins, centro agropecuário. IACANGA(SP) y'acanga y'acanga: y: água + acanga: cabeça, nascente = a nascente, a cabeceira IBATÉ (SP) i'baté i-ibaté: o alto, o elevado, o morro. IBIÁ (MG) iby'ã iby: terra+ã: alta = terra alta, elevada, a chapada. iby'ama: ladeira, barranco. IBIRAREMA (SP) ibirá'rema ibirá: árvore + rema: de mau cheiro: madeira fétida, o pau d'alho. IBITINGA {SP) iby'tinga yby: terra + tinga: branco = terra branca. IGARAÇU (SP) ygara’açu ygara: canoa, barco + açú: grande = barca. IGARAPAVA (SP) ygara’apaba ygara: canoa + apaba: estância, lugar. Porto, lugar onde ficam as canoas. IGARASSU (PE) ygara’açu = ygaraçu: canoa grande, barco. IGUATAMA (MG) y’guá’tama yguá: lagoa, lago + tama: lugar = lugar de lagoas, terra de lagos, alagadiços. IGUATEMI (MS) ’guá’timbi yguá: lagoa, enseada + temi: esverdeada, lago ou lagoa verde. Um rio do MT. IJUÍ (RS) y’juí y: rio, água + juí: a rã = rio das rãs. yjuí: rã d’água, nome de uma espécie de rã. IMBÉ (RS) i’mbé, uem’bé: nome de um cipó (do Caribe); var. ambé, guambé. IMBITUBA (SC) y’mbé’tyba imbé: cipó + tyba: muito = cipoal. INDAIATUBA (SP) yinayá’tyba indayá: espécie de palmeiras: anajá, najá, ndaiá, etc. + tyba: quantidade desta palma: indaial. INHAPIM (MG) y: rio, água + nhã: correr + pi: fino. Fio d’água, regato. INIMUTABA (MG) ini: rede de fios, rede de dormir + mutaba: ação de fazer, confecção: fabrico de redes. Lugar onde se tecem redes. IPAMERI (GO) y-pau: ilha+ mir: pequena = pequena ilha fluvial. Entre rios (GO). IPATINGA (MG) y’ pa(ba): lagoa + tinga: branca. Lagoa branca. IPAUÇU (SP) y-pau: lagoa + açu: grande. Lagoa grande. Grande alagado. IPEÚNA (SP) y’pê: madeira de casca dura - ipê + una: escuro, preto. Ipê-roxo = y’pi’una: madeira de casca preta. IPIRANGA (PR) y: água, rio + piranga: vermelho. Água vermelha ou rio vermelho, barrento. IPUÃ (SP) y(pu): água que jorra+ ã: alto do alto: queda d’água. IRAPUÃ (SP) y’ra’puã yra: mel + puã: redondo: abelha que faz casa de terra, arredondada. Irapuã, arapuá. IRATI (PR) y’ra’ti yra: mel + tinga: branco, claro. IRETAMA (PR) y’retama y: água + retama, lugar de = alagado, alagadiço, Irerê: marrecas + tama: lugar das irerês. ITABERABA (BA) itá’beraba itá: pedra + beraba: brilhante = diamante, cristal. ITABIRA (MG) itá’pira itá:
pedra + pira (bira) erguida, empinada. ITABUNA (BA) itá’b’una itá: pedra + pe: chata: laje: una: preta, também nome dado ao ferro. ITACURUBA (PE) itá’curuba itá: pedra + curub: enrugado = pedra áspera, eriçada. Var. itacuruva. ITAGUARA (MG) itá’kuara itá: pedra + kuara: oca, perfurada = Gruta. Itá + kuara: comedouro de pedra, cocho. ITAJAÍ (SC) itá’ya’y itá: pedra + ya: muitas + y: rio. Rio pedregoso. ITAJOBI (SP) itá’ yiobi itá: pedra + yobi: verde = pedra verde, esmeralda. Yobi: verde-azulado, azul. ITAJUBÁ (MG) itá’yuba itá: pedra + yubá: amarela: ouro, metal amarelo. Mina de ouro. ITAMARATI (MG) itá’mberá’ty itá’mbará: pedra clara, cristal + t‘y: rio = rio dos cristais ou diamantes. T. Sampaio diz ser: itá-mara-ty: rio das pedras soltas. TANHANDU (MG) itá’nhandu itá: pedra + nhandu: ema (avestruz) e a aranha caranguejeira (nhã-du: que caminha duro). Pedra da ema, ou parecida com a ema. ITAOCARA (RJ) itá’ocara itá: pedra + ocara: o terreiro, o pátio. O terreiro de pedras da taba. ITAPETININGA itá’pe(ba)’tininga itá-pe: pedra plaina = laje + tininga: seco, enxuto. Pedras secas = local de pedras por onde atravessavam os que demandavam a cidade. São Paulo. ITAPEVA (SP) itá’peba itá: pedra + peba: plaina, achatada: a laje. ITAPEVI (SP) itá’peb’y itá: peba: laje + y: rio = rio das lajes ou do lajeado. ITAPIRA (SP) itá’apyra itá: pedra + apyra: empinada, alta. O mesmo que Itabira. ITU (SP) y’tu y: água + tu: queda = queda d’água, salto, cachoeira. ITUIUTABA (MG) itu’ytaba itu: salto, cachoeira + ytaba: natação = o nado na cachoeira, local de nadar na cachoeira. ITUVERAVA (SP) itu’beraba itu: cachoeira + beraba: brilhante, transparente, alva. JACAREÍ (SP) ya’caré’y ya: o sujeito + caré: torto + y: rio dos jacarés. JACAREPAGUÁ (RJ) ya’caré’ypa’guá yacaré’ypau’alagado + guá: enseada, lagoa. Baixada da lagoa dos jacarés. JACIARA (MT) ya’cy’ara ya-cy: a lua (mãe dos frutos, mit.) ara: part. - yacyara: o luar, o que é da lua. JAGUARÉ (ES) ya’gua’ré ya-guá: o que devora, a onça + ré: morada, esconderijo da onça. Yagua’ré: a onça diferente, verdadeira. JAGUARIAÍVA (PR) yaguara’y’aiba yaguara: onça + y: rio + aíba: ruim, = rio da onça (aíva) o ruim, que não dá peixe ou navegação. JAGUARIÚNA (SP) yagur’y’una yaguar’y: rio das onças + una: escuro, de águas turvas. JAÚ (SP) ya’una ya: o indivíduo + ú (una): o escuro, o negro. Nome de um peixe de rio. Surubin é o pintado. JUNDIAÍ (SP) yundiá’y yundiá: o bagre + y: rio dos bagres. JUÇARA (GO) yu’çara yu: espinho + çara: o que dá coceira = nome de uma palmeira, cujos espinhos causam coceira. Nome de cidades da BA, CE e PR. Nome de pessoas. MAIRIPORÃ (SP) mairy’poranga mairy: cidade (nome dado pelos tupis ao agrupamento dos franceses (mairy’reya)+ poranga: bonito. Cidade bonita. (Antiga Juqueri). MANHUAÇU (MG) mand’i’yu mandi+yuba: mandi amarelo (peixe) + açu: grande (manjuba). Nome do rio e da cidade. T. Sampaio interpreta: aman’y: chuva + açu: grande. MANHUMIRIM (MG) mand’i’yu mandi-yuba(mandyú) mandi amarelo + miri: pequeno. T. Sampaio interpreta: aman’y: rio da chuva + miri: pequena. MAUÁ (SP) mba’uã mbaé: coisa + uã: alto, elevado = parte elevada de um local. MOJI-GUAÇU (SP) mboy’jy mbboy: cobra + y: rio: rio das cobras + guaçu: grande. MOJI-MIRIM (SP) mboy’y mboy: cobra + y: rio + miri: pequeno. Rio da cobra pequeno. Mboi-y: o rio cobra, que parece cobra. MORUNGABA (SP) poran’gaba porang: bonito, belo + aba: beleza. Morungaba: o marco, o limite, o sinal, de morõ’kaba. NHANDEARA (SP) yande’yara nhandê (yandê): nosso + Yara: senhor. NUPORANGA (SP) nhu’poranga nhu: campo + poranga: bonito. Campo bonito, campos belos. PACAEMBU (SP) paka’emby paka: o acordado, desperto, atento a paca + yeby: o córrego, riacho. O córrego das pacas. Bairro de S. Paulo. Nome do estádio de futebol, oficialmente, Dr. Paulo Machado de Carvalho, inaugurado em 1940, pela prefeitura de SP. Conjunto poliesportivo. PARACATU (MG) pará’catu para (opará) o mar em geral, rio caudaloso + catu: bom, navegável, piscoso. Rio bom. PARAGUAÇU (MG) pará’guaçu pará: rio caudaloso + guaçu: o grande. Nome de rios, cidades e pessoas. Paraguaçu Paulista (mun.) homenagem a Catarina Paraguaçu, esposa do Caramuru (branco-molhado) Diogo Álvares Correa. PARAIBUNA (SP) pará’ayb’una pará: rio + ayba: ruim (de peixe ou navegação) + una: escuro, águas turvas. O contrário: Paraitinga: rio de águas claras. PARANAPANEMA (SP) pará’nã’panema pará: o mar + nã: semelhante, parecido + panema: ruim, imprestável. Rio grande de pouca utilidade. PARANATINGA (MT) para’nã’tinga paraná: rio grande + tinga: branco, de águas claras. PARANAGUÁ (PR) pará’nã’gua pará: o mar + nã: semelhante + guá: enseada, baía. Enseada semelhante ao mar. Guanabara = gua-nã-pará = enseada semelhante ao mar. (Composições invertidas). PARANAVAÍ (PR) para’nã’uá’y paraná-uay = rio paranaguá. Paraná-guá-i (mirim) Paranaguazinho. PINDAMONHANGABA (SP) pindá‘monhãgaba pindá: anzol + monhãgaba: a fabricação, ação de fazer. A fábrica de anzóis. PIRACAIA (SP) pirá’caia pirá: peixe + cáia: queimado, frito. PIRACANJUBA (GO) pirá’acã‘yuba pirá: peixe + acanga: cabeça + yuba: amarelo = peixe de cabeça amarela. O dourado. PIRACICABA, SP pirá’cyk’aba pirá: peixe + sykaba: colheita, captura: pescaria. PIRAPORA, MG pirá’ pora pirá: peixe + pora: o pulo, o salto de peixes. Acontecimento freqüente nesta cachoeira do Rio S. Francisco. A cachoeira de Pirapora. PIRAQUARA, PR pirá’kuara pirá: peixe + kuára: toca, esconderijo. Esconderijos de peixes. PIRASSUNUNGA, SP pirá’sununga pirá: peixe + sununga: o barulho de peixes. Á margem do rio Mogiguaçu. PIRATININGA, SP pirá’tining pirá: peixe + tininga: seco. Os peixes secavam ao sol, após as enchentes do Anhangabaú. SABARA, RS itá’berá alteração para ta-bará - itá: pedra + berá (beraba) brilhante. O nome da histórica cidade mineira procede de Tabarabuçu (itá’berab’uçú) = a pedra grande brilhante, a serra das esmeraldas, o sonho dos bandeirantes. Sabarabussú, sint. Sabará. SAPIRANGA (RS) eçá’piranga eçá: olho + piranga: vermelho. Olho vermelho, a popular dor de olhos. SAPUCAIA (RS) ya’çá’pukai ya: fruto + eçá: olho + pukáia: saltado = fruto semelhante a olho saltado. Nome da árvore. SOROCABA (SP) sorok’aba sorok: fenda, rachadura + aba: ação de. Escavação, fenda causada pelas enxurradas. De yby: terra + soroca: fendida, aberta, chamada bossoroca. TABAPUÃ (SP) taba’puã taba: aldeia, cidade + puã: alta, elevada. Cidade alta ou no alto . TABATINGA (SP) tauá’ tinga tinga: barro branco, argila. Taba-tinga: aldeia branca. Tabatinguéra (tauá’ting’uéra (bairro de São Paulo): a que foi jazida de argila, jazida explorada, extinta. TAIAÇU (SP) tãi’açú tãi(tanha): dente + açu: grande. Nome do porco-do-mato caitetu, cateto. Taya’açu: Tajá: planta grande. TAIUVA (SP) ta’ya’oba taya (tajá) planta+oba: folha verde. Taioba, taiuba, taiuva. TAQUARITINGA, SP ita’kuar’i’tinga tacua’ri: taquara fina, taquarinha + tinga: branca, esbranquiçada. Tacuar’y: rio das taquaras + tinga: branco, de águas claras. TAUBATÉ, SP taba’etê taba: aldeia, cidade + etê: importante, grande. UBERABA, MG y’beraba y’beraba: água brilhante, cintilante. Localizada á margem do rio Uberaba, afluente do rio Grande. UNAÍ, MG uná’i uná: grão, semente + i (mirim) pequeno. Grãozinho, sementinha. VOTORANTIM, SP yby’ty’ran’ti ybyty: terra, outeiro, ladeira + ty(tinga): branco. O outeiro ou a colina branca. Pequena cachoeira cidade próximas de Sorocaba. VOTUPORANGA, SP ybytu (ybotu, votu)’ poranga botu: vento, ar, nuvem + poranga: belo, bonito. Nuvem bela. Bytyr’ (botu): colina + poranga: colina bonita. |
Outras palavras e nomes de origem no tupi-guarani |
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