Características
da planta: Árvore com até 20 m de altura com tronco tortuoso e
nodoso, de casca lisa acinzentada. Folhas com ápice pontiagudo. Flores de
coloração creme que surgem de outubro a dezembro.
Fruto: Grandes, globosos, de coloração roxo-avermelhada, com I ou
2 sementes. Frutifica de janeiro a fevereiro.
Cultivo: Multiplica-se por sementes, sendo muito disseminada pela
avifauna. Pode ser utilizada como planta ornamenta, apesar do
desenvolvimento lento. Um quilo de sementes pode conter até 4 mil
unidades.
Entre os muitos exemplares da família das Mirtáceas brasileiras, o
guabiju é árvore rara num país de extensão continental. Ocorre,
basicamente, na região sul do país, desde São Paulo até o Rio Grande
do Sul, onde é nativa. Pode ser encontrada, na verdade, em toda a área
coberta pelos altos do Rio Uruguai, atravessando o norte do Uruguai e
alcançando a Argentina, o Paraguai e a Bolívia.
Árvore delicada e de aparência rígida, uma das principais características
do guabiju são suas folhas: pequenas, duras, de coloração verde
profunda, as folhinhas do guabiju terminam por finos, curtos e pontiagudos
espinhos, parecidos com pequenas pontas de agulha.
O guabiju demora a frutificar, o que ocorre pela primeira vez apenas 10
anos após o plantio. Quando novo, tem frutificação bastante farta,
embora esta se manifeste apenas de 2 em 2 anos, aproximadamente.
Segundo Maria do Carmo C. Sanchotene, a palavra guabiju originou-se da língua
indígena guarani, em expressões que querem dizer "fruta que se
come" ou "fruta de casca rija". De fato, seus frutos,
escuros e de polpa consistente, de acordo com Eurico Teixeira,
constituem-se de "uma massa açucarada, aromática, agradável de
gosto, embora adstringente".
Os frutos saborosos do guabiju são apreciados tanto pelos homens como
pelas aves silvestres e pela fauna em geral, sendo ótimo chamariz para os
pequenos animais. Por esse motivo, o guabiju é, algumas vezes, encontrado
em cultivo em pomares domésticos.
Apesar de todas as qualidades que o caracterizam tais como: sua grande
longevidade, o sabor de seus frutos, a delicadeza, o porte e a beleza da
árvore - o guabiju não é cultivado com freqüência, nem mesmo em suas
áreas de ocorrência natural. No entanto, em virtude de suas raízes não
serem agressivas e de seu crescimento ser muito lento, o guabiju é árvore
bastante indicada em projetos de tratamento urbanístico na arborização
de ruas, pragas e parques.