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Fruta-do-lobo
Nome
popular: fruteira-de-lobo; jurubeba-lobeira
Nome científico: Solanum 1, lycocarpum St. Hil.
Família botânica:Solanaceae
Origem: Brasil - Regiões de Cerrado.
Características
da planta: Arbusto de até 3 m de altura, com ramos tortuosos e armados
de espinhos. Folhas grandes, ovaladas com pilosidade branca que as tornam
brilhantes ao sol. Flores grandes, azul-arroxeadas.
Fruto: Forma globosa, ligeiramente achatado, de coloração verde quando
jovens e amarelos posteriormente, muito aromáticos. Possui polpa amarelada
que envolve numerosas sementes.
Cultivo: Cresce nos cerrados e de forma espontânea nas margens de
estradas. Frutifica de julho a janeiro.
A fruta-de-lobo é uma espécie típica do Cerrado brasileiro, podendo, no
entanto, ser encontrada de maneira espontânea até mesmo no nordeste e ao
sul do Estado de São Paulo. A lobeira é um árvore baixa, de ramificações
irregulares e troncos retorcidos, com uma aparência quase arbustiva. Seu
fruto é fundamental como alimento para pássaros, roedores e mamíferos, de
pequeno e médio portes.
A questão que gira em torno das utilidades da fruta- de-lobo para o homem
é um pouco controversa. Para alguns, trata-se de espécie comestível
deliciosa e de muitos usos. Para outros, não passa de fruta de lobos.
Crenças de sertanejos de algumas regiões atribuem-lhe malefícios
digestivos graves e até envenenamentos.
Para F. C.
Hoehne, por exemplo, a lobeira é árvore de gran-de interesse para o
cultivo, uma vez que seus frutos, parecidos em tamanho e forma com um tomate
grande e verde forte, "são édulos, muito aromáticos e se prestam bem
para o preparo de doces e podem também ser misturados os aos pêssegos para
a pessegada ou aos marmeios para a marmelada".
Pio Corrêa concorda, afirmando que os frutos da lobeira têm um "grato
aroma de maçã" e que contem uma "abundante polpa
adocicada", e conclui dizendo que tais frutos podem também ser
servidos como fruta de mesa, in natura.
E é dessa forma que a fruta-de-lobo continua a ser consumida sem maiores
prejuízos à saúde de ninguém. Atualmente, com a polpa de seus frutos
maduros - pois os frutos verdes contem muito tanino - produzem-se deliciosas
geléias de sabor um pouco azedo.
Não é por acaso que a lobeira possui este nome: trata- se de espécie
muito apreciada pelo lobo-guará, o verdadeiro lobo brasileiro - animal em
extinção, habitante da região dos cerrados - constituindo-se em um de
seus principais alimentos.
Mais do que isso, pesquisas recentes do Centro Nacional de Recursos
Genéticos e Biotecnologia de Planaltina, no Distrito Federal, indicam que
algumas das substâncias contidas na fruta-de-lobo seriam muito importantes
para a manutenção do equilíbrio biológico da espécie.
Além disso, para os indígenas, a fruta-de-lobo seria, desde os tempos
pré-colombianos, a fruta que ocorre, por excelência, no mesmo habitat do
lobo-guará.
No entanto, assim como o lobo, essa fruta tem sido vista cada vez com menos
freqüência, pois, ambos vêm sofrendo não apenas com a ação direta do
homem predador mas também, e especialmente, com as grandes modificações
que vêm ocorrendo em seu habitat nas últimas décadas. A ampla
devastação dos cerrados pela atividade pecuária, já há muito iniciada,
e, mais recentemente, a devastação continua provocada pela agricultura das
grandes plantações de grãos e pela prática da utilização das madeiras
nativas na fabricação de carvão para fornos siderúrgicos, têm atingido
duramente tanto o lobo-guará como a lobeira.
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS/UNESP CÂMPUS DE
JABOTICABAL
Informações mais completas podem ser encontradas no Livro Frutas
Exóticas (Funep, FCAV/Unesp)
Fonte
de pesquisa: Páginas da Internet
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