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Nome
popular:
cajueiro
Nome científico: Anacardium orcidentale 1.
Família botânica: Anacardiaceae
Origem: Brasil - Nas regiões costeiras do Norte e Nordeste.
Características
da planta: Árvore que pode atingir até 10 m de altura, apresenta
copa proporcional ao seu tamanho, arredondada chegando a alcançar o
solo. Tronco geralmente tortuoso e ramificado. Folhas róseas quando
jovens, verdes posteriormente. Flores pequenas, branco-rosadas,
perfumadas, surgindo de junho a novembro.
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Cajú |
Fruto:
O fruto pequeno de coloração escura e consistência dura é sustentado
por uma haste carnosa e suculenta bem desenvolvida, de coloração amarela,
alaranjada ou vermelha. Da haste obtém-se matéria- prima para o fabrico de
sucos, doces, etc. O verdadeiro fruto é a conhecida castanha-de-caju que
pode atingir até 2 cm de comprimento. Os frutos amadurecem de setembro a
janeiro.
Cultivo: Encontra condições ideais de cultivo no litoral do Nordeste.
Prefere solo seco devendo seu plantio ser realizado na estação chuvosa.
Prefere clima tropical e subtropical. Uma árvore com 4 anos pode produzir
de 100 a 150 kg por ano.
A
Amazônia parece ter sido o útero quente de onde diferentes espécies do
genêro Anacardium se irradiaram para o resto do mundo. E o cajueiro, seu
representante mais conhecido, árvore rústica, espontânea e nativa do
Brasil, mais precisamente da zona arenosa litorânea de campos e dunas, que
vai do nordeste até 0 baixo Amazonas, está hoje disseminada por todas as
regiões tropicais do globo.
Os indígenas de fala tupi, habitantes autóctones do nordeste do Brasil, já
conheciam muito bem o caju e faziam dele um de seus mais completos e
importantes alimentos. Deve-se, inclusive, aos indígenas o seu nome: a
palavra acaiu, de origem tupi, quer dizer "noz que se produz".
Ficaram conhecidas como as 'guerras do caju" as lutas pelo domínio
temporário dos cajuais, travadas entre as tribos indígenas que desciam do
interior na época da frutificação do caju e aquelas que viviam no
litoral.
Supõe-se que foi assim, através das castanhas levadas pelas mãos dos indígenas
que iam e vinham pelas terras do Brasil, que a fruta se espalhou por vastas
regiões do interior seco e árido nordestino. Pouco exigente quanto a
solos, com o tempo, o cajueiro se adaptou às terras para onde foi levado.
Floresceu e frutificou ano após ano, formando extensos cajuais.
Quando,
no século das grandes navegações, aqui chegaram os primeiros europeus,
encontraram uma terra promissora de gentes e frutos exóticos, que se
confundia com a visão do paraíso terrestre, onde o cajueiro era a
verdadeira árvore proibida. Datam da metade do século XVI as primeiras e
maravilhadas descrições da árvore do caju, dos cajuais sem fim do litoral
americano e de seus frutos e usos, feitas pelos viajantes europeus. Foi a
partir de então que o caju iniciou sua viagem pelo mundo: embarcado nas
naus portuguesas, aportou em Moçambique, Angola, Quénia e Madagascar, na
África, e em Goa, na Índia.
Ali, os cajueiros começaram a crescer com profusão em terrenos secos e
pedregosos onde antes não havia nada, tendo sido incorporados completamente
na vida e na economia locais. E têm sido muito bem aproveitados: a Índia
é, hoje em dia, o principal produtor e exportador mundial da
castanha-de-caju e do óleo da castanha, com altos índices de
rentabilidade.
Enquanto isso, em sua terra de origem, as árvores de caiu foram sendo
substituídas, primeiro, por plantações de cana-de-açúcar e, muito tempo
depois, por casas e edifícios luxuosos à beira-mar. Por muitos anos as
possibilidades de exploração econômica rentável do caju foram
desconsideradas nas terras brasileiras.
Ainda assim, 0 Brasil é um importante produtor e exportador da
castanha-de-caju, destacando-se os Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do
Norte. De maneira geral, a cajucultura é, hoje, uma atividade de grande
relevância sócioeconômica para o nordeste do país.
Aliás,
para o pesquisador Mauro Motta, nunca houve árvore e fruto de tamanha
importância e alcance na vida social e na economia regional de uma população.
O caju está presente na literatura, na poesia, nos ditados populares, na
fala, nos jogos infantis, nas crendices, nos costumes, no folclore, na
medicina e no mobiliário e, é claro, na dieta alimentar, na culinária e
na doçaria brasileira, especialmente, nordestina.
Para completar, é uma das frutas mais intrigantes existentes: aquilo que
comumente se acredita ser a fruta, denominada popularmente de "pêra",
"maçã" " ou "banana" - aquela parte carnosa, cuja
forma pode ser alongada ou arredondada; cuja cor pode ser amarela, vermelha
ou intermediária; que contém o sumo aromático e adstringente, por vezes
azedo e, outras, dulcíssimo - é apenas a haste, o pedúnculo inchado que
sustenta o verdadeiro fruto da planta, que é a castanha.Com a forma de um
pequeno "rim" animal, a castanha é o principal produto do
complexo econômico do caju.
Quando madura, a castanha do caju apresenta uma casca bastante dura e cheia
de um óleo viscoso, cáustico e inflamável que abriga a amêndoa. A partir
da 2 Guerra Mundial, esse óleo se transformou em um produto estratégico
para a indústria, por suas qualidades isolantes e protetoras. Atualmente
existem mais de 200 patentes industriais que o utilizam como componente.
Os indígenas, no entanto, sabiam desde sempre que a melhor forma de
aproveitar como alimento essa amêndoa abrigada na castanha do caju era
torrando-a ao fogo. Assim, sua casca e o forte óleo que desprende são
consumidos, restando a apreciadíssima e internacional cashew nut. A
castanha- de-caju, como é conhecida pelos brasileiros, transformou-se em
especiaria cara e de luxo muito utilizada salgada, como tira-gosto, e
natural, na produção de doces e confeitos.
Além
disso, da amêndoa da castanha-de-caiu - rica em proteínas, calorias, lipídios,
carboidratos, fósforo e ferro - é extraído um óleo comestível que pode
ser utilizado em substituição ao azeite de oliva.
No Brasil, os usos culinários do caju e de sua castanha se multiplicam.
Quando verde, por exemplo, a castanha volumosa e tenra, mais conhecida como
maturi, é ingrediente especialíssimo da culinária nordestina: a famosa
frigideira de maturi com camarões secos, por exemplo, é um prato baiano,
raro e sensual, cuja receita ficou imortalizada na obra"Tieta do
Agreste" do escritor Jorge Amado.
Da amêndoa torrada é costume fazer-se uma farinha muito especial que é
misturada com farinha de mandioca, adoçada e vendida em pequenos cones de
papel: guloseima de crianças. Essa mistura é, também, muito apreciada
para ser degustada após a adição de suco de caju ou água, a gosto. É a
tumbança.
A parte suculenta e refrescante, o pseudofruto do cajueiro - que contém
vitamina C em quantidade para perder apenas da campeã acerola - tem incontáveis
usos e, embora alcance pouco valor no mercado externo, é muito apreciada no
Brasil.
O caju pode ser consumido como fruta fresca, sob os pés carregados ou
adquirido de ambulantes nas ruas e nas praias. Especialmente, é comum
servir de acompanhamento para aqueles que não se furtam de beber uma boa
aguardente de cana, sendo consumido aos pedaços ou por inteiro, entre um
gole e outro.
Para
beber, como é mais consumido, o caju serve de matéria-prima para inúmeros
sucos, refrescos e cajuadas, quando ao suco adoçado, adiciona-se água ou
leite. A cajuína, bastante apreciada e consumida gelada, é o suco
filtrado, engarrafado e cozido em banho-maria. Esse suco, depois de filtrado
e cozido, quando misturado com álcool transforma-se na jeropiga, um vinho
de caju que pode ser mais ou menos encorpado. O mocororó é o suco
fermentado, cru ou cozido, um vinho mais fino.
A doçaria nordestina é pródiga em receitas que levam a fruta, uma boa
maneira de conservá-la para ostempos de entressafra. Assim, o caju costuma
ser transformado em doces de todo tipo, na forma de sorvetes, gelados,
compotas' passas ou ameixas de caju, em calda ou fruta cristalizada.
As árvores que dão o caju, essa saborosa, múltipla e generosa truta de
muito frutos, em suas variadas espécies, podem durar até mais de 50 anos e
se apresentar com características bastante diversas.
São desde árvores com porte majestoso, amazônico, atingindo até a altura
de 40 metros e apresentando os pseudofrutos carnosos pouco desenvolvidos (Anacardium
giganteum), até formas árboreas de porte médio, não ultrapassando os 3
ou 4 metros de altura (Anacardiam othonianum) ou herbáceo, com até 80 cm (Anacardium
humile). Nesses últimos casos, a castanha apresenta-se com as mesmas
características e usos do cajueiro comum, sendo apenas o seu pseudofruto
uma miniatura perfeita do outro e um pouco mais ácido. Também conhecidos
como cajuí, cajuzinho ou caju-de-árvore-do-cerrado, tais frutos ocorrem
naturalmente no Cerrado do Brasil.
Fonte
de pesquisa: Páginas da Internet
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