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Babaçu
Origem:
Região Amazônica e semi-árida
nordestina (Maranhão, Piauí) e da Mata Atlântica (Bahia) – estende-se
por, aproximadamente por 20 milhões de hectares; é considerada “a mina
de ouro vegetal”.
Nome
popular: Baguaçu;
coco-de-macaco - na língua tupi: uauaçu.
Nome científico: Orrbignya speciosa (Mart.) Barb. Rodr.
Família botânica: Palmae
Características: É uma planta altamente resistente,
principalmente aos predadores de sementes, além de ter uma imensa
capacidade de regeneração. Palmeira elegante que pode
atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos
das folhas velhas que já caíram em seu ápice. Folhas com até 8 m de
comprimento, arqueadas. Flores creme-amareladas,aglomeradas em longos
cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, surgindo de janeiro a
abril.
Fruto: Floresce numa palmeira que pode atingir até 20 metros de
altura. Tem a forma oval e são alongados, de cor castanha – conhecido
como “castanha”. Uma curiosidade: é extraído manualmente por uma
verdadeira população nativa, chegando a sustentar, só no Maranhão, cerca
de 300 mil famílias, principalmente as mulheres e seus filhos, conhecidas
como “quebradeiras” – uma árvore leva entre 15 e 20 anos para
produzir o fruto - de cem quilos de coco quebrado aproveitam-se de oito a
dez quilos de amêndoas.Surgem de agosto a janeiro, em cachos pêndulos.
Polpa:
É oleosa e farinácea, contendo de 3 a 5 sementes.
Folhas:
Medem cerca de 8 metros de comprimento, e crescem em forma de arco;
Flores:
Sua cor é entre creme e amarela, e ficam aglomeradas em longos cachos; cada
palmeira pode apresentar até 6 cachos.
Produtos:
A árvore produz mais de sessenta derivados e tudo é aproveitado:
- Mesocarpo: Parte intermediária ou polpa: ingrediente para ótimos
pratos da culinária local; - a farinha, mais conhecida como pó de babaçu,
tem propriedades terapêuticas, como será visto adiante.
- Epicarpo (uma das camadas da casca): Depois de preparado, pode servir como
combustível para os habitantes das comunidades rurais, substituindo a
lenha.
- Óleo: Usado para cozinhar, fazer margarina, sabão, sabonete e
xampu;
- Palmas (ou folhas) e cocos: Fabricam-se redes, tapetes, peças de
artesanato, jóias;
- Palha: Serve para cobertura de casas e confecção de cercas e são
matéria-prima para fazer papel e sacos;
- Casca do coco: Depois de devidamente preparada, é usada como fonte
de energia (combustível). Essa prática, geralmente, é feita à
noite, devido ao fato de a fumaça que produz ser um eficiente repelente
contra insetos; também produz: etanol, metanol, coque, carvão reativado,
gases combustíveis, ácido acético e alcatrão, de grande aplicação
industrial;
- Caule da palmeira jovem: Produzem palmito e uma seiva que é
transformada em vinho, depois de fermentada;
- Amêndoas ainda verdes: Depois de raladas e espremidas, junta-se um pouco
d’água e passa-se por um pano fino, dando como resultado um leite vegetal
de grande capacidade nutritiva idêntica a do leite humano. É muito usado
na culinária como tempero para carnes e peixes em geral, ou ingerido ao
natural, em substituição ao leite animal, com grandes vantagens.
- Adubo: (depois de apodrecido) e também serve de alimento para
animais.
- Biomassa: Pode gerar o equivalente a 105 Mw (2% da matriz energética
nacional), a partir das cerca de mil toneladas de cascas por ano, devido ao
aproveitamento de, aproximadamente, 120 mil toneladas de castanhas de babaçu,
segundo tese de doutorado de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual
de Campinas (SP), feita pelo Dr. Marcos Alexandre Teixeira.
Composição:
Contém amido, vitaminas e sais minerais diversos.
Indicações
Terapêuticas: A farinha do
Mesocarpo ou pó do babaçu tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas,
é rica em fibras, portanto, ótima para combater prisão de ventre, colite
e obesidade, pois torna o fluxo intestinal mais eficiente.
Cultivo:
Cresce espontaneamente nas matas da região amazônica, 2.000 frutos
anualmente, porém não suporta longos períodos.
O babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras
brasileiras. Sobre este gênero de plantas, afirmou Alpheu Diniz Gonsalves,
em 1955, que "é difícil opinar em que consiste a sua maior
exuberância ia: se na beleza dos seus portes altivos ou se nas suas
infinitas utilidades na vida da humanidade" E esta é a mais pura
verdade!
O babaçu destaca-se entre as palmeiras encontradas em território
brasileiro pela peculiaridade, graça e beleza da estrutura que lhe é
característica: chegando a atingir entre 10 a 20 metros de altura, suas
folhas mantêm-se em posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao
solo; orientando-se para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que
lhe dá uma aparência bastante altiva.
Atualmente, no Brasil, encontram-se vastos babaçuais espalhados ao sul da
bacia amazônica, onde a floresta úmida cede lugar à vegetação típica
dos cerrados. São os Estados do Maranhão, Piaui e Tocantins que concentram
as maiores extensões de matas onde predominam os babaçus, formando, muitas
vezes e espontaneamente, agrupamentos homogêneos, bastante densos e
escuros, tal a proximidade entre os grandes coqueiros.
É muito provável que nessa mesma região, antes mesmo dos europeus aqui
aportarem, já existissem babaçuais de relevante significado para as
populações indígenas locais. Camara Cascudo nos conta que, já em 1612, o
frei viajante Claude d'Abbeville informava sobre a importância dos
"frutos da palmeira" na alimentação dos indígenas do nordeste
do Brasil, "lá nas bandas de Pernambuco e Potiú" Tal palmeira
era, provavelmente, o babaçu, batizada na língua tupi de uauaçu.
No entanto, estes antigos babaçuais estavam diluídos em meio a áreas de
alta complexidade e variedade biológica, de forma muito diferente do que
ocorre atualmente: vastos e homogêneos babaçuais crescendo sem parar.
Como afirmam os pesquisadores Anthony Anderson multiplica-se por sementes.
Cada palmeira pode produzir até s de armazenamento. Prefere clima quente,
em cultivo e Peter May, foram os desmatamentos periódicos com queimadas
sucessivas os principais causadores do grande aumento dos babaçuais,
especialmente na Região Nordeste do Brasil. Estas práticas, relacionadas a
uma agricultura itinerante, são freqüentemente utilizadas com o objetivo
de eliminar os próprios babaçuais tendo, porém, um efeito contrário.
Explica-se: logo após uma grande queimada, são justamente as "pindovas"
de babaçu - palmeirinhas novas - as primeiras a despontar. Isto porque,
sabe-se hoje, o babaçu é extremamente resistente, imune aos predadores de
sementes e tem uma grande capacidade e velocidade de regeneração. Com a
queima do babaçual e da vegetação ao seu redor, seus principais
competidores vegetais são eliminados, abrindo maior espaço para o seu
desenvolvimento subseqüente .
O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e
industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas - de 3 a
5 em cada fruto - são extraídas manualmente em um sistema caseiro
tradicional e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande
parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o
babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve
o trabalho de mais de 300 mil familias. Em especial, mulheres acompanhadas
de suas crianças: as "quebradeiras", como são chamadas.
Não obstante as inúmeras tentativas de se inventar e implementar a
utilização de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto
tem sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira. Sendo a casca do
fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado
é o seguinte: sobre o fio de um machado preso pelas pernas da
"quebradeira", fica equilibrado o coco do babaçu; depois de ser
batido, com muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau,
finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer suas preciosas
amêndoas.
De maneira geral, praticamente todas as palmeiras em especial o dendê, o
buriti e o babaçu - concentram altos teores de matérias graxas, ou seja,
gorduras de aplicação alimentícia ou industrial. Assim, o principal
destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de
esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da
amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina
e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta
utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível.
Mas não é só isso! Apesar de demorar para atingir a maturidade e começar
a frutificar, do babaçu tudo se aproveita, também como acontece com a
maioria das palmeiras. Especialmente nas economias de subsistência e em
regiões de pobreza.
Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários -
cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas,
janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. - e como matéria-prima
fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca,
essas mesma folhas servem de alimento para a criação.
O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas
condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jóvens, quando
derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada,
produz um vinho bastante apreciado regionalmente.
As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco
de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas
semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos
Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como
tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de coco-da-baía,
e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de
mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca.
A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte
exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. A
população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza
freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a
noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca
do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos.
Outros
produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do
babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases
combustíveis, ácido acético e alcatrão.
Apesar
de tantas e tão variadas utilidades, por sua ocorrência não controlada do
ponto de vista econômico e agrícola, o babaçu continua a ser tratado como
um recurso marginal, permanecendo apenas como parte integrante dos sistemas
tradicionais e de subsistência.
Por Rubens Barros de
Azevedo Fonte
de pesquisa: Páginas da Internet
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